domingo, 14 de junho de 2015

fogo brando


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O ódio ao PT é porque é dos trabalhadores. Eles querem é o pp- partido dos patrões – fabricantes de pobres, roubam-lhes o fruto de seu trabalho e se te acham civilizados,elites. Mas o Pai Nosso do cucunha e dos urubólogos vai lhes dizer com voz tonitruante: Eu tive fome e não me destes de comer. Eu tive sede e não me destes de beber. Eu estava coxo e você me quebrou a outra perna. Eu estava caolho e voce me furou o outro olho. Eu queria escola e voce me deu prisões. eu queria salário justo me voce me deu terceirização. Eu queria liberdade e voce me deu maioridade penal. Eu queria carinho e afago e voce me deu bala. Eu queria um golinho de wisky e voce me deu crak. Vão pra longe de MIM seus malditos, para o FOGO ETERNO, enquanto dure….

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Como mudar?


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É dificil formar uma nação que começou com os europeus se atribuindo o direito de matar outros povos (os indígenas), comprar e vender homens e mulheres negros com se fossem mercadorias, declarar guerrras criminosas sem justificativas, roubar as riquezas dos outros sem nenhum constrangimento, sem punição. O que europeus fizeram com indios e negros no passado e hoje; as elites fazem contra a população diuturnamente. Cometem crimes hediondos e andam com os bolsos cheios de dolares, cometem crimes hediondos e condenam inocentes na cadeia. Roubam e matam e se adiantam em editar leis iníquas e decidir sobre o orçamento e o futuro do país. Ninguém os pune. Eles se apropriaram do direito divino de destroçar e exterminar os seres humanos. Chamam isso de estado de direito, de democracia. De ocidental civilização cristã. De séculos das luzes de idade da Razão. De modernidade pós-moderna. Como diz Walter Benjamin “atrás de cada 1% de engravatados e buchudos entupidos de gorduras e cobiça, existem 99% de vítimas destroçadas, de produtores das riquezas passando fome e sem teto, destituídos do fruto de seu trabalho. Quem pode fazer alguma coisa para mudar? Segundo Lula não será o ministro da fazenda, e muito menos o legislativo e o judiciário. Serão os empresários? Serão os banqueiros? Serão os donos da mídia? Com a palavra os trabalhadores, que construíram toda a beleza construída neste país……

sábado, 6 de junho de 2015

pão da boca


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Os cães LADRÃO e a caravana passa. Mentira tem pernas CULTAS. A colonização continua: são os indios mortos e escravizados, os negros trabalhando 400 anos de graça, duas civilizações superiores extintas (INCAS e AZTECAS-MAIA), a modernidade multiplicando suas vítimas, dentro da minoridade culpável, a sonegação e a tramóia levando dólares para paraísos fiscais (milhares de trilhões), juízes e picaretas do congresso sangrando a economia nacional ( salários e benesses), bancos e multinacionais acima da lei ( sem lei), a imprensa endeusando os bandidos e prendendo-culpando as vítimas. Somente o LULA e companheiros indo pelo Brasil e o mundo tentando mitigar a FOME daqueles que trabalham-produzem e lhes tiram o PÃO DA BOCA…

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O que é isso, companheiro?

eração. 

Porque o SENADO não cassa o mandato do bandido Agilmau mendes? Todo mes ele comete uma afronta contra a democracia e contra a lei. Como ele temos vários calhordas em altos cargos na Republica. Quem manda na polícia federal? Não existe lei para os delegados, o MP? Não existe Constituição para o judiciário? O que é isso? Os ladrões do psdb podem tudo? Não existe lei e consciência e ética para a imprensa? A globo pode praticar o crime aberta e diuturnamente sem contestação?

domingo, 9 de novembro de 2014

Americanalha


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O Simon Bolivar é o mais autêntico líder revolucionário da América Latina. Ele tentou criar a Pátria Grande. Em Cartas do Panamá, convidou os países da AL a se unirem contra a colonizadora e genocida europa ( matou mais de 80 milhões de aborígenes nas Américas e escravizou mais de 40 milhões de africanos). O Brasil com o apátrida D. pedro II se recusou a participar, porque não quis libertar os escravos que à época eram muito rentáveis aos homens de Bens, das elites brancas de lá e daqui. O Jô é um reacionário de peso, pensa que humor é ridicularizar as pessoas e a cultura popular, é um cínico bundão-bichona, sionista enrustido. As meninas-piranhas pensam que são jornalistas: avacalham com todos os assuntos, são americanalhadas. Não sabem, ou fingem não saber que a globobo, não só apoiou, mas foi a própria ditadura, negociou com o embaixador americano mais 20 anos de bondosa e carinhosa ditadura, que tanto bem trouxe às elites nativas, e continua sendo na área de comunicação-americanalha.
a

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

coração

MIRUNA!!!!! Só se vê bem com o coração. Isso não é uma anormalidade biológica. Isso é uma realidade humana. A falsa ciência e a filosofia grega ocidental imperantes eliminaram a sensibilidade hhumana dos currículos, das instâncias de poder, da economia e da sociedade embrutecida. Mas sem os sentidos,cinco sentidos e a afetividade (lado emocional) não somos humanos, no máximo seremos drones. Dez anos antes do nascimento do PT eu já militava, aí bem pertinho onde você mora. Em cidade São Francisco, no Jaguaré, e em Previdência. A grande Butantâ tem uns 50.000 favelados. Eu vivia nesse meio. Já fui chamado de comunista , pelos fundamentalistas católicos das duas comunidades. A Previdência era um núcleo do PT, ainda dando vagidos, querendo nascer. A comunidade da Previdência tinha um salão paroquial. Para não despertar a fúria das elites dominantes na paróquia, aos domingos a tarde, eu falava que estava alugando o salão, e convidava com outros líderes, os interessados em conversar sobre o nascimento do PT. Era uma euforia contagiante. Certas horas, parecia uma briga de foice no escuro. Assim nasceu o PT. Para as reuniões vinham os estudantes politizados da USP, que está aí pertinho, as Libelus, os trotiskistas, os sindicalistas, a pastoral operária, lideranças de favelados, o pessoal da Apeoesp, professores, intelectuais. Dali nasceu a candidatura Erundina, lá por 78-79. A briga era boa. E os debates riquíssimos. Era muita racionalidade esvoaçante. Mas prevaleceram os que viam com o caração- coração valente. Foi aí nessa comunidade, que recolhia mantimentos para os grevistas do ABC, um dos contribuintes era Maurício Tragtemberg, meu professor, amigo e militante-vizinho, que uma família de favelados mandou meia dúzia de ovos de pata para os grevistas do /abc. Aos domingos iam caminhões de mantimentos para lá. MIRUNA, após larga experiência, muito sofrimento, muito diálogo, muito ódio santo, chega-se à conclusão: sem consciência moral, sem consciência social, sem amor no coração, sem sensibilidade humana,não há humanidade. E isso se somatiza no coração, nas principais artérias coadjuvantes, porisso que seu PAI, sofre do coração. Eu imagino com está o coração do Zédirceu. Eu imagino como está o seu coraçãozinho, o coração de sua mãe. Graças a Deus que ainda não explodiram, o meu já esteve para explodir várias vezes. E às vezes se traduz em lágrimas. Quem tem sensibilidade humana e consciência social, chora muito, e preferencialmente sozinho e a noite. A elite e a classe mérdia brasileira e a paulista choram  pouco e mijam muito. Bebem muita cerveja e muita cachaça, mas não existe  o OUTRO em suas vidas. Prova disso é o Tietê e os alagamentos. Os temporais e o excesso de urina inundam tudo em São Paulo, e falta água para beber, porque o alkimim leu mas não pratica: "tive sede e me destes de beber'. É como o tio do aébrio never, tem uma fábrica de cachaça. MIRUNA tem milhões de olhares fixos em voce e seu pai. É a opinião pública que tem sensibilidade, voce não está sozinha. É como a entrada triunfal em Jerusalém ( opinião pública).  Quem tem consciência limpa e trabalhos em favor do povo sai às ruas, a pé, de carro ou no lombo de um jegue e a opinião pública grita: alegria, viva, hosanas ao filho querido e joga no chão para o filho querido pisar: palmas, folhas, turbantes, cachicols, camisas, lenços, enfim quaisquer coisas pisáveis. Guarde bem essa imagem: vocé, Zégenoíno, Zédirceu, jonpaulo, Lula, Dilma saem às ruas e o povo se manifesta. Pois quem deu de comer, quem deu de beber, quem visitou os encarcerados, quem aliviou ou sentiu a dor alheia vai ouvir bem no fundo do coração, uma voz profunda, lá do íntimo subcutâneo, mesmo de um crucificado: "HOJE ESTARÁ COMIGO NO PARAÌSO" De outro lado a opinião publicada, da sexta feira, opinião manipulada, dos bandidos endinheirados, donos do poder ( que voce e seu pai estão ouvindo todos esses anos e sofrendo muito por isso), está gritando a plenos pulmões: queremos barrabás. E Pilatos pergunta cinicamente: e o que farei com  ELE? Aí as vozes tonitroantes invadem os ares: Crucifica-O... Crucifica-O. Crucifica-O.                MIRUNA se vc por acaso ler esta mensagem vai lá, dê um grande abraço em seu pai e diga pra ele: "hoje estará comigo no paraíso" E eu estarei aqui dizendo o mesmo e vertendo algumas lágrimas, que é o último refúgio de quem vê com o coração.  Os corações-valentes ainda vão criar um paraíso,e estaremos lá, sem lágrimas e mto sorriso.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

pt neles

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No brasil está acontecendo o seguinte, a partir das análises dos urubólogos e fascistas: os eleitores desinformados e incrustados nos grotões votam em corruptos e corruptores classe c e d. Os eleitores esclarecidos, bem informados, moradores dos jardins, com doutorado e bilingues votam em candidatos corruptos e corruptores CLASSE A, ou seja os grandes corruptores classe A, que desviam trilhões e não são alcançados nem pela midia, nem pela cega, caolha e cambaleante justiça do judiciário dos joaquins, gilmares, fuxes, melos, britos e quejandos. Assim não dá, morou!!! PT neles.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

limpeza étnica


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O PT é o Partido dos Trabalhadores. Os trabalhadores deveriam votar nos trabalhadores, sejam honestos ou ladrões. Porque a elite vota na elite, seja honesta ou ladra ( em tempo: tenho minhas dúvidas sobre elite honesta, só eles podem ser ladrões). O Brasil tem mais de 60.000.000 de trabalhadores com carteira assinada. Somando os carteiras assinadas com até 3 salários mínimos e os trabalhadores informais com até tres salários mínimos, creio que teríamos 40 milhões de trabalhadores. Vamos supor que cada trabalhador tenha mulher e dois filhos= 120 milhões de pessoas. Dessas, vamos supor que 60 milhões sejam eleitores. Será que fhc chama de grotões esses eleitores? E a maioria está no nordeste? E esses eleitores são mal informados? Mal informados sobre a manipulação das cátedras ou das mídias? A educação dos países capitalistas, nas universidades, preparam futuros capitalistas, ideologicamente futuros fascistas, elitistas, coxinhas. A democracia vem das ruas, dos grotões, não das academias burguesas e vendidas ao grande capital. Os “mal informados” são a maioria, os pais da democracia, os donos do poder, que vem do povo. O fhc que implantar a limpeza étnica? Composta só da minoria bem “informada”, deformada pela mídia corrupta? Sugestões…

terça-feira, 2 de setembro de 2014

sociedade


AYN RAND... Pensadora e filósofa sempre actual...


A 2 de fevereiro de 1905 nasceu em S. Petersburgo a filósofa e escritora americana Alissa Zinovievna Rosenbaum, mais conhecida como Ayn Rand, falecida em Março de 1982 em Nova York. Ficou famosa esta frase dela, que se aplica como uma luva ao que vivemos em Portugal nos dias de hoje:


"Quando te deres conta de que para produzir necessitas obter a autorização de quem nada produz, quando te deres conta de que o dinheiro flui para o bolso daqueles que traficam não com bens, mas com favores, quando te deres conta de que muitos na tua sociedade enriquecem graças ao suborno e influências, e não ao seu trabalho, e que as leis do teu país não te protegem a ti, mas protegem-nos a eles contra ti, quando enfim descubras ainda que a corrupção é recompensada e a honradez se converte num auto-sacrificio, poderás afirmar, taxativamente, sem temor a equivocar-te, que a tua sociedade está condenada. “

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

mudança já


Por que um plebiscito popular pela reforma política?

publicada quinta-feira, 21/08/2014 às 21:04 e atualizada quinta-feira, 21/08/2014 às 21:04

Por Juliane Furno*, em Brasil Debate
Das “jornadas de junho”, como ficaram conhecidas as manifestações em junho de 2013, saíram dois importantes aprendizados. O primeiro deles é que os jovens, em especial, não se sentem representados por essa política institucional brasileira, desacreditando que as necessárias transformações – descritas nos cartazes que empunhavam – ocorrerão no atual Congresso Nacional.
O segundo foi o da necessidade de construir mecanismos que garantam a unidade dos setores populares e de esquerda, buscando enfrentar a fragmentação e construir uma aliança sob bases programáticas e ideológicas.
Nesse sentido, essas manifestações demandaram que a esquerda brasileira empunhe uma bandeira política ofensiva, que possa resumir esses anseios populares. Identificou-se que as reivindicações sociais deveriam caminhar em direção à exigência de uma ampla e profunda reforma do sistema político.
Durante as campanhas eleitorais, o que menos se destaca – paradoxalmente – é a política.
Atualmente, as candidaturas políticas não se diferenciam por meio da disputa de projetos de país (apesar de existirem). São pautadas sob demandas que não explicitam os seus verdadeiros interesses políticos e de classes.
Isso ocorre porque, entre outros motivos, nosso voto é nominal. Com isso, votamos em indivíduos e não em um projeto coletivo. Esse sistema de votação nominal abre brechas para as legendas de aluguel, ou seja, partidos sem unidade nem identidade ideológica ou programática – a verdadeira privatização da política.
Como se não bastasse a apatia na defesa de um projeto nacional claro, as campanhas políticas são profundamente marcadas pelo marketing e caracterizadas pela demasiada atuação do poder econômico.
Com isso, os candidatos que melhor representam os interesses políticos dos grandes grupos econômicos são os que recebem mais dinheiro para as suas campanhas, e os que contam com uma ampla gama de materiais visuais e com um grupo significativo de militância paga.
Após eleitos, o financiamento privado das campanhas eleitorais exige a sua contrapartida. Parlamentares passam a defender os interesses dos seus financiadores e dos grupos aos quais são vinculados.
Sendo o poder dos grandes grupos políticos e econômicos preponderante nas eleições, o Congresso Nacional não expressa a correlação de forças existentes na sociedade brasileira.
Nesse sentido, dados do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) apontam que dos 594 parlamentares (513 da Câmara e 81 do Senado) eleitos em 2010, 273 são empresários; 160 compõem a bancada ruralista; 66 são da banca evangélica e apenas 91 se definem como representantes dos trabalhadores.
Para enfrentar os mecanismos que mantêm os trabalhadores e os movimentos sociais excluídos dos espaços de poder e decisão, são necessários três elementos centrais: enfrentar a imposição do poder econômico; combater o oportunismo eleitoral e enfrentar o problema da sub-representação.
Para finalizar a análise das deficiências e limites desse sistema político, é necessário salientar a imensa disparidade entre a composição da população brasileira e a sua representação na política institucional.
As mulheres ocupam míseros 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no Senado (apesar da recente implantação da cota de 30% para mulheres). No item igualdade de gênero na política, o Brasil ocupa a posição 106 entre 187 países.
No que tange à população negra, em que pesa serem 51% da população brasileira (IBGE 2010), são apenas 8,5% (43) do total dos parlamentares. Menos da metade das 27 unidades federativas da União têm representação negra nas suas câmaras.
Pressão popular
Essa bandeira política, empunhada por grande parte da esquerda no Brasil, terá como instrumento de ação um “plebiscito popular” (sem valor legal), nos moldes dos que foram realizados para temas como a Alca, dívida externa, limite da propriedade da terra, entre outros.
As votações responderão à seguinte questão: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político?”
Nós estaremos nas ruas, de 1 a 7 de setembro, em todos os estados, grande parte dos municípios, bairros, escolas igrejas… Enfim, em todos os locais em que pudermos contribuir para criar as condições para que a população expresse seu desejo de mudança.
Nossa expectativa é que a votação chegue à casa dos 10 milhões de votos. A proposta de um plebiscito popular contribui para o avanço da luta política, cria as condições objetivas e subjetivas de pressão popular sobre a correlação de forças tensa dentro do governo federal e do Congresso Nacional.
Pressão essa que pode levar à oficialização de um plebiscito constitucional e abrir caminho para as transformações. Nesse sentido, essa proposta alia a pressão e ação popular com uma perspectiva institucional de ganhos concretos.
Um dos pontos necessários a uma verdadeira reforma política é justamente a possibilidade de que as práticas de referendos e plebiscitos não sejam uma excepcionalidade. Que possam ser convocados pela sociedade civil organizada, e não como exclusividade do Congresso Nacional, como hoje acontece.
Para concretizar as tarefas democráticas, nacionais e populares, que não foram realizadas no Brasil, a reforma política é condição primeira para o avanço das demais.
Ou seja, sem modificar as “regras do jogo”, algumas reformas que no Brasil adquirem caráter revolucionário, como a reforma agrária, a reforma urbana, a reforma tributária e a democratização dos meios de comunicação, ficam prejudicadas.
É necessário um sistema político que reflita, de fato, os anseios da sociedade brasileira.
Somente a partir de uma profunda reforma no sistema político brasileiro passaremos, enfim, a cumprir uma prerrogativa máxima da Constituição brasileira, a saber: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.
* É graduada em ciências sociais pela UFRGS, mestranda em desenvolvimento econômico na Unicamp e militante do plebiscito constituinte do comitê Unicamp
Leia outros textos de Plenos Poderes

segunda-feira, 28 de julho de 2014

negros capitalistas?

A falta de negros nas elites e no poder de estado é uma discussão meio mandraque. Se as elites capitalistas, brancas ou negras, com 85% das riquezas mundiais, são consideradas o exercício da barbárie contra a humanidade, a fonte de todos os piores crimes contra seres humanos, em que resultaria um negro rico? Um negro presidente, uma negra presidenta? Apenas uma pessoa ( pessoa?) com poderes para explorar outros 90% a seu favor e a favor de sua classe social,fazendo-os seus escravos ou semi-escravos. Apenas a paisagem se tornaria mais escura. Em que mudaria se hitler fosse negro ou usasse saia? Seria talvez  uma margareth tatcher piorada....mas com muitas armas de morte nas mãos... para onde vão tantos mortos matados, e depois os matadores morridos? Todos para a vala comum, sem ter experimentado  alguns segundos da surpreendente maravilha de ter um pouco de consciência ética e social, sem ter vivenciado ser uma célula ao lado de outra célula, sem as quais a vida seca e se esvai e vira sílica.  Onde foi parar a sensibilidade humana, a racionalidade ocidental, a espiritualidade profética? Quem sabe dentro de uma taba indígena, no fim do mundo, sem civilização e contatos com a ciência cibernética. Pode?

domingo, 13 de julho de 2014

vida nova


domingo, 13 de julho de 2014

O reacionarismo político no Brasil

Editorial do jornal Brasil de Fato:

Os ataques do articulista da revista Veja, Rodrigo Constantino, detonando o Plebiscito Popular sobre uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, mostram o pavor que a direita tem desta proposta.

Quando a presidenta Dilma lançou a proposta de um plebiscito legal que decidisse a convocação de uma Constituinte, o pensamento reacionário cerrou fileiras. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, porta-voz do pensamento de direita, imediatamente afirmou: “Fui dormir na Espanha e acordei na Venezuela”. Foi a senha para que se desatassem discursos irados acusando o plebiscito de “golpe”.

Os mesmos ataques grotescos ocorrem agora diante do Decreto Federal no 8.243 de 2014 que cria a Política de Participação Social. A iniciativa que estabelece limitados mecanismos para acompanhar a formulação, a execução, o monitoramento e a avaliação de programas de políticas públicas, também foi chamada de “golpe bolivariano” por parlamentares e articulistas da revista Veja.

Qualquer iniciativa para ampliar a democracia desperta um verdadeiro pânico no pensamento de direita. Tocar no sistema político é o mais grave dos pecados.

A direita sabe que o descontentamento com a falência do atual sistema político esteve presente nos milhares de pequenos cartazes, palavras de ordem e pichações das manifestações de junho de 2013. Sabe que uma palavra de ordem como a Constituinte Soberana do Sistema Política pode ganhar força e se tornar uma ameaça real ao seu poder.

Para tanto, utiliza a tese de que a bandeira da Constituinte é um mero jogo do PT para manter-se no governo. Ou, nas suas palavras, “servir ao projeto do PT”. Ignoram, propositalmente que a campanha é muito mais ampla e que congrega a maior parte das forças de esquerda.

Ignoram o apoio da candidata à presidência do PSOL, Luciana Genro, da deputada Luiza Erundina do PSB, de inúmeros artistas e intelectuais. Jamais mencionam que a campanha já envolve as principais organizações sociais brasileiras, reunindo mais de 240 movimentos sociais. Querem, claramente, impedir que a juventude disposta a lutar não se aproprie de uma bandeira política.

Até aceitam a pauta das lutas econômicas, sem atendê-las evidentemente, mas propor uma luta política é um limite que consideram inaceitável. Recordemos o ensinamento de Florestan Fernandes: “Para que possa ser realizado por dentro da ordem, por meio do Estado e de cima para baixo. Trata-se de algo contra o que o movimento burguês tem lutado tenazmente, do Estado Novo à ‘democracia populista’ e à República institucional. O polo burguês repele a plebeização da ordem existente porque ela surge como revolução democrática, põe o país diante da única forma política de democracia compatível com as chocantes realidades da sociedade brasileira. Em consequência, cabe ao polo plebeu – subproletário, proletário e em parte pequeno burguês – soldar novas alianças de classes que nos afastem definitivamente dos pactos de conteúdo e implicações elitistas. A história atual lhe pertence, pois ele é a única garantia com que contamos de que a revolução democrática está em marcha”.

Enfrentar o atual sistema político, que conserva fortes heranças da ditadura é algo que as forças de direita não aceitarão, em nenhuma hipótese. Exatamente por isso, a campanha do Plebiscito Popular da Constituinte é a iniciativa política mais ousada dos movimentos sociais desde a palavra de ordem “Diretas já”. Para alguns, ousada até demais.

Não será fácil construir essa campanha. A bandeira da Constituinte toca no coração do poder, no centro de um sistema político que assegura o controle da classe dominante. À medida em que a campanha crescer, maiores serão os ataques. Os lutadores populares devem se preparar para uma luta árdua. Para todo tipo de ataque que os Reinaldo Azevedo, Jabor e companhia bradarão histericamente.

Sem enfrentar um sistema político no qual os grandes grupos econômicos ampliam suas bancadas a cada eleição, no qual a mais tímida das iniciativas políticas é soterrada e a alegação da correlação de forças desfavorável trava qualquer intento popular, estaremos condenados a um cenário em que mesmo quando conquistamos vitórias eleitorais somos empurrados para a lógica do recuo.

Diferente de outras campanhas decisivas como a luta contra a Alca, desta vez estamos discutindo diretamente o poder. E a história nos mostra que nesse ponto a classe dominante não vacila.
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segunda-feira, 26 de maio de 2014

programa

Carta aos companheiros presos

José Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares e João Paulo Cunha foram condenados sem provas porque fazem parte de uma história que incomoda.


Hamilton Pereira (*)
Arquivo

(Para ser lida em voz alta com os companheiros que chegam à militância...) 

(Brasília, fevereiro / maio de 2014)


A aventura de construir um partido de base popular que viesse a representar de maneira independente os interesses dos trabalhadores na sociedade brasileira, ainda sob a ditadura empresarial-militar imposta ao país pelo golpe de abril de 1964, percorre a esta altura, cerca de três décadas e meia. Se pensarmos bem, tempo relativamente curto, considerados os cinco séculos desde o desembarque dos colonizadores portugueses nesses trópicos. 

Depois das grandes mobilizações sociais catalisadas por S. Bernardo do Campo, no final dos anos 70, e das históricas assembleias do Estádio de Vila Euclides, o 10 de fevereiro de 1980, reuniu, no Colégio Sion, sob os olhos distraídos das velhas elites oligárquicas, vencedoras em 1964 e algum nervosismo das novas elites nutridas pela ditadura empresarial-militar, variadas vertentes dos movimentos populares e sindicais que resistiram a ela para constituir sob a liderança dos operários do ABC um instrumento que organizasse e unificasse sua ação.

Estavam amadurecidas as condições para dar forma a um organismo que representasse as aspirações de uma classe social que estava incluída, como mão-de-obra, no setor de ponta da economia – a indústria automobilística – mas excluída da arena política, que se revelou capaz pelo instrumento das greves, das mobilizações de massas e da ação parlamentar de estabelecer alianças com diferentes setores sociais para por abaixo uma tirania já em declínio. 

reforma política articulada para dividir as oposições à ditadura empresarial-militar percebeu o PT como um acidente, um ovo indesejado na incubadora do general Golbery. O PT foi diagnosticado inicialmente como um incômodo a ser digerido e eliminado pela repressão pura e simples ou pela própria dinâmica do metabolismo institucional da transição pelo alto engendrada por seu principal estrategista. 

Ao forçar as portas daquele sistema político concebido para abrigar as disputas, sob estrito controle da legislação emanada do regime ditatorial, entre os grandes senhores da indústria, das finanças, do agronegócio nascente e dos antigos monopólios de comunicação nutridos pelo regime, o Partido dos Trabalhadores cometeu um crime. 

O crime original de ter nascido

Com voz própria, ainda que desafinada, mas vigorosa, por liberar uma polifonia, àquela altura irreprimível, de reivindicações, desejos, esperanças, agredia com seu timbre dissonante os ouvidos de uma sociedade alfabetizada pelo silêncio. A campanha pelas “Diretas Já”! mobilizou milhões de vozes em torno da proposta do Deputado Dante de Oliveira. Se não venceu de imediato, sacudiu irremediavelmente os alicerces do regime. Com os movimentos sociais em ascensão, sua base primeira, o PT se consolidou como expressão política dos de baixo e como projeto alternativo de desenvolvimento para o Brasil.

A vitória eleitoral de Collor de Melo sobre Lula e o PT, do ponto de vista dos setores conservadores, no segundo turno de 1989, foi exatamente isso: uma vitória eleitoral. Olhando desde o ponto de vista dos trabalhadores: a derrota eleitoral de Lula e do PT em 1989, foi uma derrota eleitoral e, ao mesmo tempo, uma vitória política. Converteu o PT numa força capaz de disputar de forma independente o projeto de desenvolvimento do país. Collor naufragou um ano e nove meses depois de sua posse, sob o peso de forte mobilização popular, particularmente da juventude, e abandonado por seus antigos apoiadores, particularmente a mídia que fizera dele “O caçador de marajás” para fazer frente ao ímpeto das esquerdas lideradas por Lula.
 
O advento do real no final do governo Itamar Franco, produziu uma reviravolta nas expectativas das esquerdas, em 1994. Consolidou na sociedade a vertente conservadora da transição pelo alto. Ampliou as condições sociais e políticas para o avanço do projeto neoliberal com a eleição de Fernando Henrique Cardozo, uma liderança mais confiável para as forças conservadoras do que o intempestivo Collor de Mello. O sinal político que definiu o duplo caráter do governo FHC foi impresso por duas ações: a mobilização dos tanques contra a greve dos trabalhadores da Petrobrás, em maio de 1995 e a largada para as privatizações do patrimônio público. Esse duplo caráter marcou a passagem do sociólogo ao longo dos oito anos do seu governo: repressão econômica contra os sindicatos nos moldes de Margareth Thatcher – e nos momentos de crise, o uso da força simplesmente – e privatizações de empresas públicas. Cavalgando o discurso do êxito do Real e da estabilidade da economia, FHC, utilizando-se de uma vasta operação de compra de votos de parlamentares, emendou a Constituição em seu próprio benefício e obteve facilmente a reeleição para um segundo mandato.     

Passados vinte e dois anos de batalhas ganhas e perdidas, mas, sobretudo ganhas, o Partido dos Trabalhadores liderou a ampla aliança que venceu as eleições de 2002. Levou à chefia do governo central o operário metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, tendo como Vice um empresário outsider bem sucedido, José Alencar. 

O PT cometeu aí um crime derivado: 

Alcançou algo surpreendente. Inconcebível para os de cima e por isso mesmo imperdoável pelas instituições moldadas à sua semelhança: venceu as eleições dentro das regras estabelecidas por seus adversários, os senhores do agronegócio, da indústria, das finanças, dos meios de comunicação e seus partidos. E pôs à frente do país um homem que encarna tudo que aquelas elites políticas tradicionais, herdeiras da cultura da Casa Grande, rejeitam: ele vem do nordeste do país, região identificada pelos de cima, como paradigma do atraso e da dependência; ele vem do mundo do trabalho num país em que as elites descendentes dos senhores de escravos rejeitam o trabalho como coisa para negros e inferiores; ele vem do chão da fábrica, das ruas e não das universidades nem da caserna que produziram os principais dirigentes da nação. Trata-se, portanto de um despreparado, voluntarista, incapaz de perceber a complexidade da tarefa de conduzir um país das dimensões do Brasil e os condicionamentos impostos à sua inserção no contexto internacional. 

Desmentindo os vaticínios dos pretensos ‘formadores de opinião’, esse homem conduziu o país, sob o fogo quotidiano e implacável da mídia de direita, por dois mandatos à frente de um governo que incorporou no seu percurso, além dos seus aliados tradicionais no campo da esquerda, parcela do centro do espectro político do país (PMDB) e mesmo setores de direita pulverizados em representações partidárias de menor relevância. Um governo complexo que produziu modificações profundas no perfil da distribuição de renda do Brasil, combateu a fome e as desigualdades regionais, deu os passos necessários para consolidar um mercado interno de massas, imprimiu um novo ritmo e uma nova qualidade ao nosso desenvolvimento. 

E, a partir daí, renovou o rosto da diplomacia brasileira e afirmou a imagem do Brasil diante do mundo como nunca na história. Reorientou as relações internacionais para uma perspectiva Sul-Sul, sem deixar as parcerias anteriores, Europa e EUA e ampliou-as firmando novas em extensão e qualidade. Apresentou o país como destino seguro para investimentos, afirmou a soberania pagando as dívidas com o FMI libertando-se da condição humilhante, subalterna de nação tutelada.    

Chegou ao fim do segundo mandato apoiado pela maioria esmagadora da população, independentemente do extrato social, do credo religioso ou da filiação partidária.  As descobertas das jazidas do Pré-Sal e a adoção do Sistema de Partilha para sua exploração, liquidaram naquele momento as tentativas de privatização da empresa símbolo da soberania nacional, a Petrobrás estabelecendo um sólido vínculo programático entre o PT e a tradição trabalhista anterior, vigente no período Vargas. Ao encerrar o segundo mandato do Presidente Lula, o PT cometeu um terceiro crime: 

Elegeu uma mulher pra dirigir o Brasil

No país herdeiro da cultura política do patriarcalismo dos coronéis de rebenque, espora e chapelão, do machismo explícito ou dissimulado, elegeu pela primeira vez na história uma mulher para a Presidência da República: Dilma Rousseff. Militante da resistência à ditadura desde a juventude e da reconstrução da democracia depois de cumprir pena nas prisões do regime. Trouxe consigo os sonhos da geração que se lançou à vida pública para enfrentar a tirania e devolver à nação sua perspectiva de retomada do desenvolvimento democrático e soberano, interrompido pelo golpe empresarial-militar de 1o de abril de 1964. 

Os setores sociais conservadores vêm sucessivamente perdendo terreno em todas as frentes onde se trava a disputa política democrática na sociedade. Os partidos que representam esses segmentos reduziram dramaticamente sua representação parlamentar em três pleitos seguidos. E ambos são partidos de atuação caracteristicamente parlamentar. O PSDB que elegeu 99 deputados em 1998 quando foi reeleito FHC, viu reduzida sua bancada a 54 deputados em 2010; e o PFL (Democratas) que em 1998 elegeu 105 deputados ficou reduzido a uma bancada de 43 deputados em 2010. 

Os conservadores se refugiaram nas áreas do Estado que não se submetem ao crivo da cidadania: os órgãos de controle concebidos e constituídos num período em que o país se encontrava estagnado ou com taxas de crescimento inexpressivas, ou no Judiciário, um poder paralítico e oligarquizado. No Brasil, quando um delito é flagrado no exercício de um mandato no Poder Legislativo ou no Executivo, a sociedade já demonstrou a capacidade de removê-lo pelo voto, cassá-lo quando for o caso ou promover o impeachment dos responsáveis, para que sigam vigentes as regras do jogo democrático. Quando acontece um delito no exercício de um poder que só presta contas a si mesmo, o que ocorre? Nada. O judiciário brasileiro se assemelha nesse aspecto a um anacronismo monárquico que subsiste dentro da instituição supostamente republicana.  Protegido pela toga de toda e qualquer aspiração de controle da sociedade. 

No Brasil o cargo de Presidente da Suprema Corte e de Presidente do Conselho Nacional de Justiça, órgão que deveria fiscalizar as ações do Judiciário, são ocupados pela mesma pessoa. Ou seja, ele é fiscal e fiscalizado ao mesmo tempo. Essa distorção produz absurdos jurídicos como foram identificados vários ao longo da Ação Penal 470. Sem um eficaz controle da cidadania abre-se aí um espaço que deriva para o exercício do arbítrio como testemunhamos hoje no tratamento dos prisioneiros condenados naquela ação. O melhor do Brasil ofereceu ao jurista Joaquim Barbosa, a oportunidade de se tornar Ministro e mais tarde Presidente do STF. Conquistou, por seus méritos pessoais, a oportunidade de se afirmar como um Magistrado, escolheu entrar para a história como carcereiro. 

A campanha para arrecadar fundos com o objetivo de pagar as multas impostas pelo STF, no final de 2013, aos companheiros José Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares e João Paulo Cunha em função da sentença proferida na ação 470 impressiona por vários aspectos: a solidariedade, a generosidade, a rapidez da resposta, a transparência e revela a extensa rede de apoios que o Partido dos Trabalhadores teceu na sociedade brasileira. Para avançarmos é necessário estabelecer vínculos com os novos Movimentos Sociais, oxigenar as direções nos três níveis: nos Municípios, nos Estados e em nível Nacional. O Partido deve estar atento à transição geracional inevitável que nos alcança. Para que sejamos capazes de manter a necessária sintonia com os novos atores sociais que emergiram a partir das transformações conduzidas pelo próprio PT, ao consolidar sua presença na cena política do país. Aquela campanha de solidariedade aos nossos companheiros foi uma campanha bela como outras belas mobilizações que a militância do PT ofereceu como testemunho ao país nesses 34 anos.

Bela e insuficiente. Porque não basta reagir com grandeza, solidariedade e presteza a uma condenação injusta, sem provas e às provocações de um escroque togado que mede as instituições pelo metro de sua própria conduta mercantil. É necessário para avançar na construção da sociedade democrática que desejamos estabelecer o debate em torno das relações entre as instituições do Estado que construímos e pactuamos na Constituição de 1988 e sua fonte legitimadora: a cidadania.

As elites conservadoras brasileiras, herdeiras dos senhores de escravos, cultivam ao longo de 500 anos de História um surpreendente – macabro – costume no tratamento daqueles que ousam se levantar contra elas: o esquartejamento. A cabeça de Zumbi, líder dos escravos aquilombados em Palmares, foi exposta no Largo do Carmo, no Recife, no final do século XVII; em 1720, Felipe dos Santos teve o corpo atado às patas dos cavalos que o despedaçaram por se recusar a pagar impostos à coroa portuguesa; em 1792 o corpo do Tiradentes foi esquartejado e exposto em postes na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais; a cabeça de Antônio Conselheiro, durante quase um século, foi exposta à curiosidade pública num museu da Bahia; o mesmo ocorreu com Lampião, Maria Bonita e seus cangaceiros emboscados nos Angicos, em 1938; mais recentemente, durante os anos da Ditadura Militar registram-se casos de esquartejamento e decapitação na Casa da Morte, em Petrópolis e em São Geraldo do Araguaia, no sul do Pará. 

Impedidas pela reconstrução da Democracia de dedicar-se a esse exercício bizarro para calar seus adversários, as elites conservadoras se entregam nessa etapa da História ao esquartejamento moral dos opositores, servindo-se do machado cego de uma mídia corporativa  que escapa a qualquer tipo de prestação de contas à sociedade...         

O Partido dos Trabalhadores não tem avaliado adequadamente a extensão e a profundidade do estrago que sua presença produziu no cenário político, ao longo desses 34 anos, aos interesses dos setores conservadores e – com a projeção que o país adquiriu no cenário internacional – aos interesses dos setores econômico-financeiros dos países capitalistas centrais. Sob a liderança do Presidente Lula, convertemos o Brasil numa das mais importantes economias do mundo. Esse fato determina que os processos sociais e políticos no Brasil deixaram de ser assunto doméstico e que o PT tenha se tornado alvo permanente dos ataques dos setores ligados àqueles interesses. É daí que deriva a fúria com que a mídia conservadora, incapaz de nos derrotar pelo voto, bombardeia o PT, bombardeia a atividade parlamentar, bombardeia a atividade política e seus agentes, os Partidos, buscando criminaliza-los para provocar a repulsa da sociedade e adere a uma perspectiva fascista historicamente conhecida que, ao fim e ao cabo, defende a abolição da Política como forma de resolver os conflitos sociais. 

A mídia de direita se oferece como substituta da falência programática e política dos partidos de direita que sequer têm coragem de se apresentar como tais. Sacrifica dessa forma um dos elementos essenciais do exercício democrático: o direito do cidadão à informação. Se afasta de qualquer vínculo com a verdade factual. O que importa é a versão, não é o fato. Vende opinião como se fosse informação. Em síntese defende de forma implícita – não poucas vezes explícita – a ditadura do grande capital como único mecanismo viável para odesenvolvimento do país.    

O Partido dos Trabalhadores depois de três décadas e meia de protagonismo nas lutas contra a Ditadura empresarial-militar e pela reconstrução da Democracia se encontra numa encruzilhada. Ou aprofundamos o processo de transformação que desencadeamos na sociedade brasileira, produzindo alterações relevantes no sistema político partidário do país e que resultou nos governos Lula e Dilma, nos afirmando como um partido socialista ou sucumbimos a uma espécie de síndrome que acometeu um partido liberal democrático como o PMDB desde a morte do Dr. Ulisses Guimarães: um partido sem projeto nacional, um aglomerado de mandatos incapaz de se por à altura da tradição que construímos e dos desafios para conduzir uma das maiores economias do mundo.    

As eleições de 2014 reúnem, quem sabe, pela primeira vez, as condições de amadurecimento dos novos interesses de classe até agora difusos que vieram ganhando contorno ao longo do período de transição e foram acentuados pela emergência social da última década: para os setores ligados ao capital financeiro, indústria automotiva e segmentos do agronegócio, cujos interesses são expressos no discurso organizado pela mídia de direita, está esgotado o modelo de crescimento com distribuição de renda, inclusão social e combate às desigualdades regionais. Esses setores que ampliaram exponencialmente seus ganhos com a estratégia de crescimento adotada nos últimos doze anos e com a maneira como o Brasil enfrentou a crise de 2008, se inclinam agora, mirando o exemplo europeu, para a radicalização do programa neoliberal de acumulação baseado na redução dos investimentos públicos, no desemprego em massa, na anulação das conquistas alcançadas pelos trabalhadores ao longo do século XX, que alcançaram seu ápice com o “Estado de Bem Estar Social”, sobretudo no pós-guerra.     

Para o Partido dos Trabalhadores o desafio é dar um passo adiante no sentido de não se contentar apenas com o modelo de distribuição de renda em curso. É necessário superar a condição de refém das atuais alianças sociais e eleitorais, ampliar seu diálogo com os setores de classe que emergiram na última década, para por o país em marcha na direção de um modelo que radicalize a democracia, enfrente o problema da distribuição da riqueza como forma de combater as criminosas desigualdades da sociedade brasileira e inclua a agenda da sustentabilidade socioambiental ao novo ciclo de desenvolvimento. 

A radicalização da democracia hoje, no Brasil, se traduz em duas bandeiras: em primeiro lugar a garantia do direito à liberdade informação, negada pelos monopólios da mídia corporativa, constitucionalizando as relações entre a mídia e a sociedade. Apenas isso: pondo em prática o que está assegurado na Constituição de 88; e, em segundo lugar, uma Constituinte Exclusiva capaz de realizar uma Reforma Política assentada no financiamento público de campanha, no voto em lista, que rompa o controle do poder econômico sobre as campanhas eleitorais, principal fonte alimentadora da corrupção do sistema político-eleitoral brasileiro.    

Essa nova etapa exigirá o aprofundamento da política de valorização do Salário Mínimo, pautar o debate e aprovar o Imposto Sobre Grandes Fortunas; implantar o Regime de Partilha na exploração do Pré-sal, que assegure o investimento em educação, portanto, defender a integridade da Petrobrás como garantia de um novo ciclo de desenvolvimento que assegure as condições para o ingresso definitivo do Brasil na sociedade do conhecimento.   

Voltamos para as ruas para encarar a batalha para reeleger Dilma Rousseff, sem esquecer que os companheiros José Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares e João Paulo Cunha foram condenados sem provas porque fazem parte dessa História que lhes contei aqui. Entre as novas tarefas que o Partido dos Trabalhadores deverá cumprir nessa campanha está a recuperação da autoestima dos brasileiros e de sua própria autoestima sistematicamente demolidas pela mídia de direita. Ela não suporta a altivez que conquistamos com os governos Lula e Dilma, diante do mundo. A direita brasileira, à falta de um projeto próprio de desenvolvimento para o país, cultiva a subserviência, herdeira de uma visão colonizada e provinciana do mundo. E retomar nossas bandeiras de compromisso com os trabalhadores e os mais pobres para que as elites conservadoras que há alguns anos expressaram publicamente o desejo de “acabar com essa raça”, entendam, três décadas e meia depois, que viemos para ficar. E lembra-los inspirados em Neruda “Para nascer, nascemos”.  


(*) Hamilton Pereira (Pedro Tierra), militante do Partido dos Trabalhadores