segunda-feira, 28 de julho de 2014

negros capitalistas?

A falta de negros nas elites e no poder de estado é uma discussão meio mandraque. Se as elites capitalistas, brancas ou negras, com 85% das riquezas mundiais, são consideradas o exercício da barbárie contra a humanidade, a fonte de todos os piores crimes contra seres humanos, em que resultaria um negro rico? Um negro presidente, uma negra presidenta? Apenas uma pessoa ( pessoa?) com poderes para explorar outros 90% a seu favor e a favor de sua classe social,fazendo-os seus escravos ou semi-escravos. Apenas a paisagem se tornaria mais escura. Em que mudaria se hitler fosse negro ou usasse saia? Seria talvez  uma margareth tatcher piorada....mas com muitas armas de morte nas mãos... para onde vão tantos mortos matados, e depois os matadores morridos? Todos para a vala comum, sem ter experimentado  alguns segundos da surpreendente maravilha de ter um pouco de consciência ética e social, sem ter vivenciado ser uma célula ao lado de outra célula, sem as quais a vida seca e se esvai e vira sílica.  Onde foi parar a sensibilidade humana, a racionalidade ocidental, a espiritualidade profética? Quem sabe dentro de uma taba indígena, no fim do mundo, sem civilização e contatos com a ciência cibernética. Pode?

domingo, 13 de julho de 2014

vida nova


domingo, 13 de julho de 2014

O reacionarismo político no Brasil

Editorial do jornal Brasil de Fato:

Os ataques do articulista da revista Veja, Rodrigo Constantino, detonando o Plebiscito Popular sobre uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, mostram o pavor que a direita tem desta proposta.

Quando a presidenta Dilma lançou a proposta de um plebiscito legal que decidisse a convocação de uma Constituinte, o pensamento reacionário cerrou fileiras. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, porta-voz do pensamento de direita, imediatamente afirmou: “Fui dormir na Espanha e acordei na Venezuela”. Foi a senha para que se desatassem discursos irados acusando o plebiscito de “golpe”.

Os mesmos ataques grotescos ocorrem agora diante do Decreto Federal no 8.243 de 2014 que cria a Política de Participação Social. A iniciativa que estabelece limitados mecanismos para acompanhar a formulação, a execução, o monitoramento e a avaliação de programas de políticas públicas, também foi chamada de “golpe bolivariano” por parlamentares e articulistas da revista Veja.

Qualquer iniciativa para ampliar a democracia desperta um verdadeiro pânico no pensamento de direita. Tocar no sistema político é o mais grave dos pecados.

A direita sabe que o descontentamento com a falência do atual sistema político esteve presente nos milhares de pequenos cartazes, palavras de ordem e pichações das manifestações de junho de 2013. Sabe que uma palavra de ordem como a Constituinte Soberana do Sistema Política pode ganhar força e se tornar uma ameaça real ao seu poder.

Para tanto, utiliza a tese de que a bandeira da Constituinte é um mero jogo do PT para manter-se no governo. Ou, nas suas palavras, “servir ao projeto do PT”. Ignoram, propositalmente que a campanha é muito mais ampla e que congrega a maior parte das forças de esquerda.

Ignoram o apoio da candidata à presidência do PSOL, Luciana Genro, da deputada Luiza Erundina do PSB, de inúmeros artistas e intelectuais. Jamais mencionam que a campanha já envolve as principais organizações sociais brasileiras, reunindo mais de 240 movimentos sociais. Querem, claramente, impedir que a juventude disposta a lutar não se aproprie de uma bandeira política.

Até aceitam a pauta das lutas econômicas, sem atendê-las evidentemente, mas propor uma luta política é um limite que consideram inaceitável. Recordemos o ensinamento de Florestan Fernandes: “Para que possa ser realizado por dentro da ordem, por meio do Estado e de cima para baixo. Trata-se de algo contra o que o movimento burguês tem lutado tenazmente, do Estado Novo à ‘democracia populista’ e à República institucional. O polo burguês repele a plebeização da ordem existente porque ela surge como revolução democrática, põe o país diante da única forma política de democracia compatível com as chocantes realidades da sociedade brasileira. Em consequência, cabe ao polo plebeu – subproletário, proletário e em parte pequeno burguês – soldar novas alianças de classes que nos afastem definitivamente dos pactos de conteúdo e implicações elitistas. A história atual lhe pertence, pois ele é a única garantia com que contamos de que a revolução democrática está em marcha”.

Enfrentar o atual sistema político, que conserva fortes heranças da ditadura é algo que as forças de direita não aceitarão, em nenhuma hipótese. Exatamente por isso, a campanha do Plebiscito Popular da Constituinte é a iniciativa política mais ousada dos movimentos sociais desde a palavra de ordem “Diretas já”. Para alguns, ousada até demais.

Não será fácil construir essa campanha. A bandeira da Constituinte toca no coração do poder, no centro de um sistema político que assegura o controle da classe dominante. À medida em que a campanha crescer, maiores serão os ataques. Os lutadores populares devem se preparar para uma luta árdua. Para todo tipo de ataque que os Reinaldo Azevedo, Jabor e companhia bradarão histericamente.

Sem enfrentar um sistema político no qual os grandes grupos econômicos ampliam suas bancadas a cada eleição, no qual a mais tímida das iniciativas políticas é soterrada e a alegação da correlação de forças desfavorável trava qualquer intento popular, estaremos condenados a um cenário em que mesmo quando conquistamos vitórias eleitorais somos empurrados para a lógica do recuo.

Diferente de outras campanhas decisivas como a luta contra a Alca, desta vez estamos discutindo diretamente o poder. E a história nos mostra que nesse ponto a classe dominante não vacila.
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